Cada vez mais presente no marketing de influência, conteúdo gerado por funcionários (EGC) tende a fortalecer marcas, engajar públicos e até mesmo atrair novos talentos
Nos últimos anos, o conteúdo gerado pelo usuário (UGC) se destacou como uma poderosa ferramenta, ampliando as possibilidades de ações das marcas no chamado marketing de influência. Seguindo o mesmo movimento, as empresas perceberam que existe um grupo de pessoas com relação ainda mais próxima com as marcas do que os clientes: os funcionários. Como consequência, surgiu a ideia do conteúdo gerado por funcionários (EGC), cada vez mais difundido e gerando resultados.
Nesse modelo, os trabalhadores se tornam embaixadores e influenciadores, criando e compartilhando conteúdos sobre a marca em suas redes pessoais. Segundo o relatório “Influencer Marketing Hub 2024”, houve um crescimento de 32,9% no uso de funcionários como influenciadores dentro das empresas no último ano, o que mostra a confiança nesse modelo para promover autenticidade e engajamento.
Humanização das marcas
O EGC consegue ir além do marketing tradicional por adicionar um rosto humano à marca. Isso acontece porque os conteúdos criados por funcionários transmitem credibilidade e constroem conexões mais genuínas com o público. Ou seja, nem é preciso dizer o quanto essa autenticidade é um diferencial em um mundo onde os consumidores, principalmente da Geração Z e Millennials, estão cada vez mais céticos em relação a campanhas publicitárias tradicionais.
Para Fernanda Grilo, gerente de PR e Marketing de Influência da XCOM, o EGC que funciona bem é o que prima pela espontaneidade: “Quando a pessoa fala de você de forma orgânica, isso tem um engajamento muito maior do que fazer algo programado”.
Além disso, trata-se de um mercado multibilionário: no ano de 2024, a indústria de marketing de influência deve alcançar US$ 24 bilhões, segundo o estudo da Influencer Marketing Hub, com 85% dos entrevistados considerando essa forma de marketing extremamente eficaz.
Além disso, pesquisa da Influencer Marketing Hub, que entrevistou 3.000 representantes de agências, mostrou ainda que empresas que transformam seus colaboradores em influenciadores percebem um aumento no engajamento orgânico e na visibilidade de marca.
Cerca de 75% das empresas participantes da pesquisa afirmam ter aumentado o volume de conteúdo gerado por funcionários. Além disso, 60% delas planejam aumentar o orçamento para campanhas de marketing de influência ao longo de 2024, o que inclui a ativação de EGC.
Benefícios de ter funcionários como influenciadores
1. Autenticidade – O conteúdo criado por funcionários tende a parecer mais real e ser menos polido que campanhas corporativas, o que gera uma conexão mais forte com o público.
2. Engajamento – As pessoas que seguem os funcionários, por serem próximas a eles, têm maior tendência a se engajar com o conteúdo, e isso gera mais interações e compartilhamentos.
3. Redução de custos – Não se trata de um investimento caro. Mesmo que a empresa recompense os funcionários pelas ações, o gasto será menor que investimentos em campanhas externas.
4. Fortalecimento da marca empregadora – A cultura organizacional também sai ganhando, pois mostra como os funcionários estão integrados aos valores e à missão da empresa. E isso ajuda a atrair novos talentos.
5. Tendência forte de mercado – Segundo o estudo da Influencer Marketing Hub, 44% das empresas planejam investir mais em nano e microinfluenciadores. Isso inclui o EGC.
Cuidados ao usar funcionários como influenciadores
Alguns cuidados podem ser importantes para que a estratégia traga os melhores resultados. São eles:
1. Selecionar os perfis certos – Nem todos os funcionários devem participar de campanhas de EGC. Aqueles com maior autoridade no assunto e que compartilham os valores da empresa são os mais indicados.
2. Estabelecer diretrizes claras – Diretrizes sobre o tipo de conteúdo que é apropriado compartilhar e como proteger a imagem da empresa é fundamental.
3. Treinamento – É importante que os funcionários compreendam o impacto de suas postagens e saibam como criar conteúdo de qualidade, assim como estejam alinhados com os objetivos corporativos, o que exige capacitação.
Para Fernanda Grilo, a maior dificuldade do EGC é ter funcionários que tenham vontade de defender a marca: “Para você engajar, tem de ter todo uma estrutura antes, um bom relacionamento com as pessoas, uma comunicação efetiva, entender os sentimentos dos funcionários com relação à empresa, tudo que leve o funcionário a tomar essa atitude”.
Marketing de influência em profissionalização
O relatório Influencer Marketing Hub 2024 mostra que, assim como o EGC, o marketing de influência vem se profissionalizando como um todo. Prova desse movimento é que um dos principais pontos destacados pela pesquisa é que 56% das marcas utilizam campanhas de influenciadores para criar conteúdo gerado pelo usuário (UGC). enquanto apenas 23% priorizam a geração de vendas diretas. Isso mostra uma tendência de marketing, de construir uma conexão mais forte com o público.
Outro dado relevante é que 41% das marcas agora pagam influenciadores, incluindo funcionários, ao invés de apenas oferecer produtos gratuitos. Isso reflete uma maior valorização do papel dos colaboradores na criação de conteúdo, reconhecendo que esse trabalho vai além de suas atribuições normais.
O relatório também indica que a adoção de tecnologias como IA está crescendo rapidamente na área, com 55% das empresas afirmando que usarão inteligência artificial para identificar os influenciadores mais adequados para suas campanhas.
Conclusão
Por tudo que vimos, acreditamos que o conteúdo gerado por funcionários é uma tendência que veio para ficar. Isso acontece porque integrar colaboradores como influenciadores ajuda a amplificar mensagens de forma orgânica, autêntica e, muitas vezes, mais eficaz do que com campanhas tradicionais. Com os devidos cuidados, o conteúdo gerado por funcionários tende a ser cada vez mais uma poderosa ferramenta. Tudo para fortalecer as marcas, engajar públicos e até mesmo atrair novos talentos.